quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

De repente.

Sempre, na minha vida, eu quis escrever um conto de suspense, e exatamente, nessa manhã antes de levantar da cama formulei um sem final ou começo, do jeitinho que eu gosto. 


Seu pai pegou o molho de chaves, pequenas, douradas, simples. Tantas delas e tamanha dificuldade de encontrar uma única que abriria aquele portão pesado. Enquanto ela esperava, o vento batia, violentamente, em seu rosto, seu cabelo esvoaçava e seus olhos se fechavam para não sentir a poeira que o próprio trazia. Ela olhava o horizonte, com o olhar fixo para as luzes que rodeavam o caminho que haviam feito até aquela casa, não havia nada mais do que aquelas luzes no meio da extrema escuridão, aquilo a fez desconfiar que algo ali, não estava certo.
Finalmente seu pai havia conseguido abrir o portão de ferro, e ambos empurraram com todas as forças até arranjarem uma fresta razoável para entrar dentro daquele casarão antigo. Deram de cara com o corredor familiar, onde havia vários vasos com palmeiras amareladas, todos eles encostados no muro bege que separava a casa principal de uma dispensa, na outra parede havia várias portas e janelas fechadas com cortinas de pano grosso e com aparência de estarem bem empoeirados, o chão era coberto com pedaços de azulejo azul claro fazendo com que brilhassem quando havia algum feixe de luz. Ao fundo do corredor havia uma porta de vidro com enfeites japoneses pendurados na parte superior, o vento fazia com que o sino que fazia parte de um deles soasse, produzindo um barulho irritante, mas, típico do vento gelado do inverno, era o único barulho que se podia escutar em um raio de 100 metro. A porta de vidro refletia a luz ligada dentro da casa, mas, não havia nenhum ruido, o que era mais estranho ainda, pois era impossível não haver nenhum barulho naquele lugar com ar de assombrado.
Ambos começaram andar em direção à porta de vidro, o pai ia mais a frente, com receio de que houvesse algo errado, enquanto a nossa protagonista apenas ia calmamente, pensando no que poderia ter acontecido de estranho. Ao andar pelo corredor, o cheiro de pastilhas de naftalina invadia suas narinas e depois profundamente seus pulmões, ela sempre lembrava daquele lugar quando sentia esse cheiro, era tão forte, ela começara a se sentir enjoada e não compreendia como alguém conseguia não morrer ao ficar 5 minutos dentro daquela casa.
Seu pai esperou até que ela chegasse à porta para abri-la, ela acelerou seu passo, para ver o que se escondia por de trás da porta de vidro. Ele então girou a maçaneta lentamente, sem que houvesse barulho nenhum, "Estranho." pensou ela, aquela maçaneta por mais que colocassem óleo, nunca parava de ranger. Eles empurraram-na devagar, e se depararam com uma cena que cortou seus corações. Havia um corpo, estirado no chão, como se tivesse sido jogado com uma força brutal, sob ele se encontrava uma grande poça de sangue, vermelho, escuro, jogado, espalhado como água. O pai se contorcia de náusea ao ver o corpo, seu rosto se tornara pálido, suas mãos trêmulas e suas pernas fracas, havia ficado em choque, sem reação, nenhuma atividade, seu coração pulsando rápido e alto, ele não sabia o que fazer naquele exato momento, apenas pensava "Morte, sangue, assassinato..." até que um fio de consciência passou sobre sua cabeça, e rapidamente, tirou um celular do bolso e correu para fora, discando 190 esperando que alguém pudesse fazer algo para acalmar sua agonia.
A filha apenas olhava para o corpo e a poça de sangue no chão, com os olhos fixos para ambos, as pálpebras levantadas, o coração batendo rápido e muito assustada, não podia acreditar, soava quase como uma mentira de criança, era triste e ao mesmo tempo horrível ver aquela pessoa jogada, como lixo sob aquele chão frio e sujo, mas, não era como seu pai, não tinha os sentimentos à flor da pele, resolver acalmar seus pensamentos e focar no defunto que se encontrava na sua frente. Andou lentamente, em passos leves até a poça de sangue, com muito receio, ajoelhou-se perto dela e a encarou por um certo tempo, o cheiro de naftalina agora se misturava com o de sangue, aquilo a deixava mais enjoada do que nunca à dando tontura, então, levou seus pequenos dedos até o sangue, molhou superficialmente a ponta dos mesmo, e os colocou levemente à boca, depois de um tempo analisando o gosto daquele sangue sujo, falou:
- Está quente, não deve ter morrido há muito tempo.

3 comentários:

Cíntia disse...

Essa menina é a Dakota? O:

Tati disse...

Ela lambeu o sangue? Crepúsculo feelings... HUAHUAHUHUAHUAHUA

-Fer Walker disse...

CREPÚSCULO NÃO MINA!!!! DDDD: defumando a minha obra