quinta-feira, 21 de abril de 2011

Itape.

Fazem já 5 anos que eu sai de Itapê. Mesmo não tenho vontade de voltar para lá nem nos feriados prolongados eu ainda tenho um pouco (bem pouco) de carinho por aquele lugar.

1. Meus pais e meu irmão moram lá.
2. Algumas coisas minhas ainda continuam lá.
3. Minha casa sempre foi lá.
4. Passei os melhores anos da minha vida lá.
5. O céu de Itapê as 5~6 horas da tarde é incrível.
6. Minha melhor amiga ainda é de lá. hahahahaha

Foram 14 anos desejando sair desesperadamente daquele fim de mundo, mas agora toda vez que eu volto para aquele lugar eu sinto uma parte de mim que eu perdi há 5 anos quando deixei minhas coisas e resolvi vir para São Paulo. Lembro até hoje o quanto eu chorei por aquele lugar, pela triste vontade de voltar para lá no instante seguinte, mesmo odiando aquele lugar com todas as forças do mundo. Aquele lugar é uma merda, é uma GRANDE MERDA, mas também é para mim o único lugar que eu tenho certeza que eu vou poder voltar sem pensar 2 vezes.

Nostalgia

Que estranho.
É estranho, apenas lembrei desse blog por causa do trabalho de português sobre o bendito diário. Resolvi pegar alguns mini contos que havia escrito alguns anos atrás e resolvi colocar como...trabalho. Entrando no blog vi 3 anos da minha vida se passando rapidamente pelos meus olhos, me bateu um forte sentimento de nostalgia e uma lágrima escorrei pelo meu olho. Vi textos sobre a minha mudança de apartamento, minha formatura, minha preocupação com a prova de história e a visita ao Tozzini Freire. Depois de um ano sem escrever eu percebo o quanto eu mudei. O quanto o meu pensamento se afastou do que se encontra aqui, parado no tempo. Eu vejo uma Fernanda totalmente diferente, alguém mais séria, mais adulta e talvez mais feliz, preocupada com as DPs do semestre, com a prova de economia e o emprego que precisa procurar. Sinto saudades da pessoa que eu era, talvez comparada comigo mesma de agora, mesmo sendo mais ingênua e pura talvez eu fosse mais responsável e centrada.
A Fernanda do colégio porto seguro talvez tenha morrido, e eu sinto a falta dela.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Prezentcheeenho!

Depois de milhões e milhões de semanas (háááá, não falei anos dessa vez! #boçal) Eu criei coragem [?] e vergonha na cara e resolvi presenteaaaaaa-los com meus dons (wtf dons?) literários. Na verdade me bateu umas idéias durante o banho (sim, no banho) sobre umas postagens diferentes que eu acho que vocês poderiam gostar. 

Para começar eu resolvi falar sobre um troço que todo mundo gosta, (ÊÊÊÊÊÊ!) presentes. SIIIIIIM, presente é uma coisa que você adora ganhar mais odeia dar, quem nunca foi num aniversário e nunca NUNCA N-U-N-C-A levou presente? Sempre falam, "É super last week não levar presente na festa de aniversário." Ahn, eu nunca NUNCA N-U-N-C-A vi uma pessoa que sempre SEMPRE S-E-M-P-R-E (tá parei...) levou presente. Primeiro, antes dos seus 10 anos e das festinhas na escola com tema do Pokemon, Pocahontas, Digimon e etc, quem comprava os benditos presentes era a sua mãe, porque você não tinha dinheiro e ela comprava no 1,99...mas depois disso, quando você dizia "MÃÃÃE, vai ter festa do meu amigs na sexta." era com a intenção de "deixa eu irrrr, vai ser a festchenha mais legal da classi" e não "Me dá dinheiro pra eu comprar o prezééénti pro meu amygs!" e ainda se ela se lembrasse do dinheiro tenho certeza que você guardaria e compraria algo pra VOCÊ!  
Continuando, vários tipos de presentes existente nesse mundjenho...mas só vou listar 3. Se você ficou tipo "WTF MANOLO?! O QUE ESSA MINA TÁ FALANDO?" eu te explico direitchinho, VEEEEM COMEEEGO!

1) Prezentchi de aniversário 

Presentchi de aniversário pode ser bom ou ruim depende de quem e quando você ganha. Por exemplo, presente de vó, quem nunca ganhou, até os 12 anos de idade meia, cueca, calcinha, roupa de doméstica e afins? É só a partir dos 15 anos que você começa a ganhar dinheiro que cresce em P.A à cada ano que passa. Agora prezentchi de amigo é total diferente sempre tem aquele bolha que te dá uma coisa bem nada ver e quando você vai finalmentchi trocar o presente você percebe que ele comprou faz um ano atrás! Geralmente essas pessoas ganham coisas que não gostam e repassam pros amigs falando "É A SUA CARAAAA" na verdade...até eu sou meio assim. #sad Dai tem o presente dos pais, é aquele presente que custa mais que a sua vida e da sua família inteira, é algo que quase NINGUÉM vai ter, é algo tão exclusivo que foi feito pelos monges tibetanos na lua nova do mês X no dia tal e que só acontece uma vez em cada 900 anos...e claro, quem tem faz partchi do grupinho Gossip Girl da escola. 

"Nossa vó, como você advinhou?!"


2) Prezentchi de amigo secreto 

Amigo secreto é uma coisa que você não espera muito, geralmente quase todos ou todos os presentchis são uma bosta. Geralmente são comprados nas famosas lojas de 1,99 e não servem pra nada! Sempre acontece no colégio, faculdade, escritório e até em lugares inusitados. Quando falam um preço do tipo 20 reais, SEMPRE tem um pobre que fala "EU NÃO TENHO DINHEEEEEEEIRO" geralmente é o cara que mais ganha na empresa ou o mais rico do colégio, você fica com tanta raiva (claro, você quer ganhar pelo menos um presente decente!) que quer mandar o cara pra lugares inóspitos e úmidos. 
Na grande parte das vezes todo mundo sabe quem você tirou e você sabe quem todo mundo tirou, mas na hora todo mundo se faz se esquecido porque senão acaba a graça da brincs...OI?! 
Quando você "descobre"quem te tirou faz sempre aquela pose de "QUEEEEE? EEEEEU?!" faz carão e afins e mais, se é alguém que você total ODEEEEEEEEEÉÉÉÉÉIA você até dá um desconto, afinal, você tá ganhando presente. Óbvio que a primeira coisa que você faz é apalpar o presente se ele estiver naqueles saquinhos vagabundos e se tiver em caixinha você faz aquele movimento nada violento de chacoalhar o troço do 1,99. Como sempre a esperança é a última que morre e claro, você sempre acha que o seu presente vai ser o da excessão que vai ser legal e blá blá blá wishkas sachê. 
E então quando chega a hora da verdade, você se vê com os olhinhos super brilhando de felicidade do tipo "*--------*" até abre a embalagem com cuidado pra não quebrar mais o "prezentchi" e quando você está no extase da felicidade percebe que ganhou uma...COLHER DE PAU! Ou um cortador de unha ou ovo, aquelas coisas que você não consegue decifrar... e então você broxa total e fica de mau humor o dia inteiro. 

"Pooooooooooooutz meeeeu, um...cortador de ovo?! Tava precisando disso lá em casa, valeu vééi!"

3) Presentchi de namorado(a)
Prezentchi de namorado é igual à prezentchi dos pais, o (a) namorado(a) gasta o ânus pra comprar presente de um mês. Eu fico pensando "Porra, um mês? Imagina o que vai dar de um ano." mas é fato, nunca vi alguém gastando menos de 500 reais com namorado(a) e são só prezentchy patrão do tipo perfume, box com todas as temporadas de House (fikdik pros meninos...), roupa, casa, moto, carro,etc (tá, não tanto)
Não sei vocês mas eu acho prezentchy feito a mão, dependendo da pessoa, fica uma coisa tão tosca que juro, eu teria muita vergonha de entregar...aqueles cartões melecados de cola escrito com glitter rosa borrado...tipo cartão baiano que você fazia na quarta série, OI?! Agora, uma coisa que é HORRÍVEL de dar e de receber é flor. Sério se vai gastar dinheiro com presente compra pelo menos uma coisa digna né?! FLOR?! FLOOOOOR?! Geralmente as pessoas menos românticas, (Lê-se racionais) ficam com uma cara engraçada de "TÁ DE BRINKS NÉ?!" quando vêem que ganharam flores. Como diz uma amiga minha "Vai me dar flor? Prefiro que você guarde dinheiro e me compre o box do Star Wars."assino embaaaaixo. Sabe o pior, é aquele cartãozinho que já vem escrito umas coisas do tipo "Você é o meu anjo da sedução"e tem um "eu te amo, muito" embaixo e o nome da pessoa no final. Primeiro que eu ia tacar fogo nas flores e no cartãozinho e depois ia shorar sangy a minha vida inteira de vergonha de ter ganhado uma cartão tão tosco como aquele. Mas sabe o mais ruim de prezentchy de namorado, é que quando você termina percebe que gastou dinheiro a toa com uma pessoa que você nem gosta mais. CRUEL! D: 

"Sério mesmo gente?! Não me envergonhem!"

sexta-feira, 19 de março de 2010

O homem banana que não tem alma e nem coração.

Homem banana sempre me lembra a música do superguidis (clica aqui pra ver o clipe) que fala sobre o seu amigo "banana", aquele lerdinho, meio babaca que fica sobrando e tal. Pois, é...eu sempre achei que nunca cruzaria com pessoas assim, MAS EU TAVA COMPLETAMENTE ERRADA! Deixa eu contar pra vocês meus caros não-leitores sobre a minha saga pelas buatchys alters de Shão Paulo. Como todos sabem, sábado é o ápice para que todo mundo que tem (ou não) fogo no rabicó sair, ou seja várias pessoas procuram alguém pra dar "uns pegas" (falo na cara dura mermo!) e para curtchir a naitchi.
E é isso que aconteceu comigo no sábado (sem a parte que eu tava com fogo no rabo e afins) eu e umas amigas resolvemos ir numa buatchy descolada da rua augusta, que na verdade nem fica na rua augusta, mas é tão perto que a gente já engloba...Continuando, lá estava eu, arrumadjenha, cherosa e toda feliz por estar saindo com amigas que eu não saia faz MUUUUUUUITO tempo. Papo vai e papo vem (a gente foi num barzinho alter antes de ir na buatchy) até que fomos pra taaaaal baladja, lugar legal, com gentchy bonita, bem vestida e tals.
Cerveja vai cerveja vem, dançinha vai e dançinha vem, até que a gentchy resolve dar uma respirada de ar puro e resolvemos ir para a parte do pessoal que se pega, do pessoal antisocial e claro dos fumantchis. Chegando lá eis que chega um suuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu-u-u-uper bêbado bombado,baixinho e com uma camiseta escrito "Armani", falando "E AEEEEEEEEEEE GATINHAAAAAAAAS!" primeiro você pensa "É GAAAAAY?!" e segundo "Que que essa "COISA" tá fazendo aqui?!" naturalmente, eu fiquei com MUITO medo e falei..."UOOOOOOOOOOOOU, PERA LÁ AMIGÃ!". (não, eu não falei isso, mas fiquei com muito medo.) Atrás dele tinha um amigo do cara bombado que era completamente o contrário, ele era relativamente normal e bonito. Estranhamente, eu só notei a presença dele quando ele brotou do meu lado e começou a falar...

Him: Oooooooi!        
Her: Oooooi, tudo bem?!
Him: Tudo e você?!
Her: Tô beeeem, o que o seu amigo bebeu?!
Him: Ah meu, sei lá muita coisa. hahahaha
Her: Ahhh tá, errr, ele tá me assustando...
Him: HAHAHAHAHA é normal já que ele tá bêbado.

Conversa vaaaaai, conversa veeeeeeem, e o cara parece ser beeeeem legal. Sabe quando você tem aquele maldito feeling? A pessoa gosta das mesmas coisas que você, ele te acha bonita, você acha ele bonito e PAH, rolou algo entre vocês, lindo pra um final de história, né?!
MAS SABE O QUE ACONTECEEEEU?! VOCÊ QUER SABER MESMO O QUE ACONTECEEEU ME/MINHA QUERIDO(A) NÃO-LEITOR(A)?!
Bem, a gente ficou conversando um tempão, ele me mostrou o rg (não sei porque) e coisa e tal e do nadaaaaaa-a-a ele some. Ah, legal né amigo, me deixou aqui na poeira conversando com um cara bêbado que tava perto de mim...e sabe o mais estranho? É que ele voltou depois, conversou mais um tempo comigo e sumiu de novo!! Eu não sabia se eu chorava, ria ou dava um soco nele...no final das contas, era quase 5 da manhã, eu tava cansada, suada, fedida e de saco cheio daquele lugar, e o menino? Bem, ele deu um migué enorme e foi embora com o amigo bombado com cara de gay. MAS PERA AI, ele num tava conversando comigo faz um tempão?...é, ele era o famoso HOMEM BANANA!!!  Aquele que chega pra conversar com você, que gosta das mesmas coisas que você, que parece ser o SEU TIPO DE CARA, mas no final, ele te despreza, te dá um beijo no rosto e vai embora. As vezes você nem fica sabendo o nome dele e nem ele o seu...mas, espera...se ele chegou em você quer dizer que ele queria algo certo?! É...essa seria a ordem natural das coisas. MAAAAS com os homens banana você já pode ficar esperando sentada, que ele não vai notar. E no final?!
Bem no final, aconteceu a mesma coisas com as minhas amigas, a gente foi embora para casa meio frustadas...chegando em casa a gente deu um "chega pra lá" e ficou zuando, o quanto os garotos são frouxos...MUITO FROUXOS.

(Fica a dica para os homens.)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Marquinha de camiseta

Como sempre o blog  anda abandonado e cheio de poeira...então, resolvi escrever um pouco do meu drama pessoal de atualmente.
Como vocês sabem, São Paulo, a nossa pacata cidade da GAROA, vira um inferno na terra quando chega o verão...você fica suando que nem um camelo, (não gente não é camelô...) seu cabelo fica oleoso, e tudo fede...seu braço, seu suvaco, seu pé e até seus lugares feios. E como você sabe o sol nesses dias consegue fritar até ovo no meio da rua, de tão quente  fica...e juntando os fatores do aquecimento global e efeito estufa e blá blá blá a gente tem um monte de gente pelada na sacada do apê tomando sol.
INFELIZMENTCHI, eu não tenho tempo de sobra pra mostrar os peitos na sacada a lá Pamella Anderson, então a pobre mortal aqui tem que ficar de um lado pro outro nessa cidade QUENTE de calça jeans e camiseta com manga curta!
Agora vem o grande problema, como vocês podem (ou não) perceber pela foto ao lado...----> (setinha para os mais lerdinhos) eu reflito muito luz...ou seja eu sou, ou era uma pessoa branca! Logo, SOL + FERNANDA = BRONZEDS, tá, esse não seria o grande problema se, eu estivesse com uma camiseta por cima das partes em que você precisa bronzear para ficar linda e absoluta!
É esse resultado que você tá pensando meu querido não-leitor, as famosas..."MARQUINHAS DE CAMISETA!" mais conhecidas como "marquinhas de caminhoneiro", se você não sabe o que é isso imagina um caminhoneiro (Ah vai, se você nunca viu um caminhoneiro...1: vai no google, 2: vá se tratar.) com aqueles braços peludos (Siiiim, beeeem peludos do tipo Tony Ramos!!) com 3/4 dos braços queimados de sol e aquela última parte, aquele último 1/4 branquelo, sem graça, parecendo leitche. Sério, se eu vejo um cara desse na rua, primeiro, eu broxo totalmente e segundo eu mudo de calçada.
Mas continuando, imagina a minha reação ao ver meu braço semi branco e semi preto, tava me sentindo muito um Kinder Ovo...eu começei a gritar dentro de mim "PORQUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE, PORQUEEEEEEEEEEEEEE?!" juro, eu queria me afogar com o mini chuveiro que tinha ali.
<--- (Olha a minha cara durante o banho! Sério mesmo eu tava assim!)
Vocês devem estar pensando "Nossa!! Olha o drama dessa menina, nem é tanto assim!", tá, nem é mesmo...mas, sabe o grande problema?!?! Eu ia ter uma festa de formatura (que por sinal foi óóóóshima) uma semana depois, detalhe, meu vestido era um tomara que caia, e meu cabelo ia esconder a parte branca em cima dos meus peitos...o que ia sobrar pra mostar? ISSO MESMO!!! MEUS BRAÇOS DE KINDER OVOOOOOOOO! Eu já tava quase me esfaqueando no banho com o gilette da minha mãe quando surgiu aquela  idéia de usar aquele bendito creme bronzeador que um montchi (tá vai umas 4 pessoas usaram) de gente usou e disse que ficou da cor do pecado depois de um dia na praia. E no dia seguintchi lá vai a menina dos braços de kinder ovo na Ikesaki comprar o bendito creme bronzeador. Só queeeeeeee, tava tudo esgotado, de todas as marcas possiveis que você conheça e não conheça. Pra amenizar o problema eu resolvi comprar um creme migué da nívea que dizia deixar sua pele da cor do sol, pronto, meu problema tava resolvido e fim de história!!!!
PÉÉÉÉÉÉ, ERRADO! Sabe o que aconteceu nos dias seguintes? Só choveu e fez frio, mas pera ai, a gente não tá no verão? Então porque raios, tem que chover e fazer frio bem nos dias em que eu desejei que saisse aquele sol de torrar ovo no meio da rua?! Sério...eu só me fodo nessa merda! Quando eu mais preciso de sol, ele não aparece, valeu mesmo seu cussão!!!
Ah, e no final da históra, eu tava de saco cheio que fui pra festa de formatura com as marquinhas mesmo, e ninguem nem viu, porque tava escuro para caramba...mas, eu ainda as tenho e quero que elas sumaaaaam!
Moral da história: Foda-se o sol, sério mesmo.
(Olha como é que eu tava...gatchenha né?!)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

OLHA O PRECONCEITOOOOO!!!!


Depois eu que sou a preconceituosa quando falo sobre os probes nordestinos que moram debaixo do barranco....GOOGLE CHROME, E ESSE PRECONCEITO?! :O

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

De repente.

Sempre, na minha vida, eu quis escrever um conto de suspense, e exatamente, nessa manhã antes de levantar da cama formulei um sem final ou começo, do jeitinho que eu gosto. 


Seu pai pegou o molho de chaves, pequenas, douradas, simples. Tantas delas e tamanha dificuldade de encontrar uma única que abriria aquele portão pesado. Enquanto ela esperava, o vento batia, violentamente, em seu rosto, seu cabelo esvoaçava e seus olhos se fechavam para não sentir a poeira que o próprio trazia. Ela olhava o horizonte, com o olhar fixo para as luzes que rodeavam o caminho que haviam feito até aquela casa, não havia nada mais do que aquelas luzes no meio da extrema escuridão, aquilo a fez desconfiar que algo ali, não estava certo.
Finalmente seu pai havia conseguido abrir o portão de ferro, e ambos empurraram com todas as forças até arranjarem uma fresta razoável para entrar dentro daquele casarão antigo. Deram de cara com o corredor familiar, onde havia vários vasos com palmeiras amareladas, todos eles encostados no muro bege que separava a casa principal de uma dispensa, na outra parede havia várias portas e janelas fechadas com cortinas de pano grosso e com aparência de estarem bem empoeirados, o chão era coberto com pedaços de azulejo azul claro fazendo com que brilhassem quando havia algum feixe de luz. Ao fundo do corredor havia uma porta de vidro com enfeites japoneses pendurados na parte superior, o vento fazia com que o sino que fazia parte de um deles soasse, produzindo um barulho irritante, mas, típico do vento gelado do inverno, era o único barulho que se podia escutar em um raio de 100 metro. A porta de vidro refletia a luz ligada dentro da casa, mas, não havia nenhum ruido, o que era mais estranho ainda, pois era impossível não haver nenhum barulho naquele lugar com ar de assombrado.
Ambos começaram andar em direção à porta de vidro, o pai ia mais a frente, com receio de que houvesse algo errado, enquanto a nossa protagonista apenas ia calmamente, pensando no que poderia ter acontecido de estranho. Ao andar pelo corredor, o cheiro de pastilhas de naftalina invadia suas narinas e depois profundamente seus pulmões, ela sempre lembrava daquele lugar quando sentia esse cheiro, era tão forte, ela começara a se sentir enjoada e não compreendia como alguém conseguia não morrer ao ficar 5 minutos dentro daquela casa.
Seu pai esperou até que ela chegasse à porta para abri-la, ela acelerou seu passo, para ver o que se escondia por de trás da porta de vidro. Ele então girou a maçaneta lentamente, sem que houvesse barulho nenhum, "Estranho." pensou ela, aquela maçaneta por mais que colocassem óleo, nunca parava de ranger. Eles empurraram-na devagar, e se depararam com uma cena que cortou seus corações. Havia um corpo, estirado no chão, como se tivesse sido jogado com uma força brutal, sob ele se encontrava uma grande poça de sangue, vermelho, escuro, jogado, espalhado como água. O pai se contorcia de náusea ao ver o corpo, seu rosto se tornara pálido, suas mãos trêmulas e suas pernas fracas, havia ficado em choque, sem reação, nenhuma atividade, seu coração pulsando rápido e alto, ele não sabia o que fazer naquele exato momento, apenas pensava "Morte, sangue, assassinato..." até que um fio de consciência passou sobre sua cabeça, e rapidamente, tirou um celular do bolso e correu para fora, discando 190 esperando que alguém pudesse fazer algo para acalmar sua agonia.
A filha apenas olhava para o corpo e a poça de sangue no chão, com os olhos fixos para ambos, as pálpebras levantadas, o coração batendo rápido e muito assustada, não podia acreditar, soava quase como uma mentira de criança, era triste e ao mesmo tempo horrível ver aquela pessoa jogada, como lixo sob aquele chão frio e sujo, mas, não era como seu pai, não tinha os sentimentos à flor da pele, resolver acalmar seus pensamentos e focar no defunto que se encontrava na sua frente. Andou lentamente, em passos leves até a poça de sangue, com muito receio, ajoelhou-se perto dela e a encarou por um certo tempo, o cheiro de naftalina agora se misturava com o de sangue, aquilo a deixava mais enjoada do que nunca à dando tontura, então, levou seus pequenos dedos até o sangue, molhou superficialmente a ponta dos mesmo, e os colocou levemente à boca, depois de um tempo analisando o gosto daquele sangue sujo, falou:
- Está quente, não deve ter morrido há muito tempo.